Historiador, graduado pela Universidade Guarulhos. Pedagogo pela Universidade Metropolitana de Santos. Especialização em História pela Escola de Formação de Professores do Estado de São Paulo. Especialização. Educação em Foco pela Faculdade de Educação Paulistana. Professor de História (Ensino Fundamental II e Médio) nas redes municipal e estadual Paulista. Professor Coordenador Pedagógico e Diretor Escolar na rede estadual de São Paulo.
História da Primeira Guerra Mundial, antecedentes, conflitos econômicos, concorrência industrial e comercial, Tríplice Aliança e Tríplice Entente, as trincheiras, participação das mulheres, novas tecnologias, Tratado de Versalhes, conseqüências.
Antecedentes
Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.
O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.
O início da Grande Guerra O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.
Política de Alianças Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação deFrança, Rússia e Reino Unido.
O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.
Desenvolvimento. As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.
Fim do conflito Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista.
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.
O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.
As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato.
Martinho Lutero foi convocado as desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não so defendeu suas teses como mostrou a necessidade da reforma da Igreja Católica.
As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para
recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra
Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos
turcos sobre os mulçumanos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir
ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato, de
muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.
Primeira Cruzada (1095 - 1099) - A Primeira
Cruzada partiu da Europa, em 1096, depois de convocada por Urbano II em 1095,
na cidade francesa de Clermont-Ferrand. Isso aconteceu em oposição ao
impedimento da peregrinação dos europeus. Muitos camponeses foram a combate
pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da
Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas
em combate.
Segunda Cruzada (1147 - 1149) - Como a
situação dos cristãos era precária, em 1144 os muçulmanos reconquistaram
Edessa. São Bernardo, em 1147, pregou na Europa a Segunda Cruzada. De
Ratisbona, na Alemanha, partiram o imperador Conrado II e Luís VII da França.
Chegaram a Antioquia e Acre, mas foi em vão que tentaram conquistar Damasco.
Até então, o Califado do Oriente fora dirigido por soberanos turcos, que haviam
adotado uma política conciliatória em relação aos cristãos. Mas o califa
Nuredin foi substituído por seu Vizir, Saladino, que retomou a ofensiva contra
os cristãos e ocupou Jerusalém em 1187.
Terceira Cruzada (1189 - 1192) - Essa
Cruzada foi convocada em 1189. Frederico Barba-Ruiva, Ricardo Coração de Leão e
Felipe Augusto se comprometeram a partir. Frederico morreu na Ásia Menor,
enquanto Ricardo e Felipe, que vinham por mar, se desentenderam. Depois da
tomada de Acre, Felipe regressou à França. Ricardo permaneceu na Palestina,
chegando a vencer Saladino na Batalha de Arsuf, mas suas tropas estavam
depauperadas, sem condições de sitiar Jerusalém. Ricardo fez então um acordo
diplomático com Saladino e regressou à Europa.
Quarta Cruzada (1202 - 1204) - O
malogro da terceira Cruzada causou grande impressão no Ocidente. Inocêncio III,
que recém assumira o pontificado, pregou então a Quarta Cruzada, a partir de
1202. Esta cruzada não chegou a combater os muçulmanos, limitando-se a atacar e
pilhar populações cristãs. Por esse motivo, seus participantes chegaram a ser
excomungados por Inocêncio III.
Quinta Cruzada (1217 - 1221) - Esta
Cruzada teve como chefes João de Brienne e Leopoldo VI da Áustria. A expedição
tocou em Acre e depois avançou para o Egito, sem conseguir conquistá-lo.
Sexta Cruzada (1228 - 1229) - A Sexta
Cruzada foi conduzida por Frederico II, da Alemanha; este, mediante
negociações, entrou em acordo com o sultão de Bagdá, recebendo algumas
concessões econômicas e o ´titulo de rei de Jerusalém.
Sétima e Oitava Cruzadas (1248 - 1250 e 1270) -
Estas Cruzadas foram chefiadas pro Luís IX da França. Em 1248 o monarca
desembarcou no Egito, onde foi feito prisioneiro. Libertado depois de pagar
resgate, retomou a ofensiva em 1270 e desembarcou em Túnis, no Norte da África,
onde morreu vitimado pela peste. Durante algum tempo, os cristãos ainda reteriam certos pontos de apoio na
Ásia. A última posição a cair nas mãos dos muçulmanos foi São João d'Acre, em
1291. A realidade agrária feudal européia, que já estava em crise, iria entrar
em um irreversível processo de desintegração.
A primeira morte aconteceu nas proximidades do Jardim do Éden, lá na Mesopotâmia, onde se encontra o Iraque hoje. Nos primeiros momentos da história da chamada civilização. Não foi uma morte natural (a rigor nenhuma morte é natural). Foi um assassinato. O assassino era irmão da vítima e o matou por inveja.
Aqui cabe uma pergunta não muito importante, mas curiosa: Qual foi a arma do crime? Não foi arma de fogo. Nem arma branca, pois os instrumentos cortantes de bronze ou de ferro só seriam feitos muitos anos depois por um descendente remoto do assassino, que se chamava Tubalcaim (Gn 4.22). Talvez tenha sido uma arma de arremesso, uma lança ou flecha de pau. Ou, quem sabe, Caim apertou o pescoço de Abel até o irmão morrer asfixiado. Pode ser também que o tenha enterrado vivo. Teria Caim dado uma paulada fatal na cabeça de Abel? Jogado o irmão num daqueles quatro braços do rio que saía do Éden? Amarrado o desafeto com cipó numa árvore de cabeça para baixo? A lista parece não ter fim e mostra que, para matar, basta a vontade, o ódio, a loucura. Depois, a explicação, a defesa, a mentira.
A partir daquele primeiro crime, o homem começou a fabricar armas. Dizia para si mesmo e para os outros que era para defender-se, para proteger a própria vida e a vida da família. Com as brigas familiares e a formação de muitos clãs, era preciso armar todo mundo para proteger o próprio clã, o próprio grupo, a própria tribo. Com a formação de aglomerados humanos maiores ou de tribos iterligadas, com o nome de países ou nações, tornou-se necessário armar certo número de indivíduos para proteger a própria pátria. Daí a obrigação do nacionalismo, a formação de exércitos, a justificação da guerra e a rendosa idústria armamentista, também chamada bélica. Sempre para defender, nunca para atacar... O último exemplo é a necessidade de destruir as "bombas atômicas dos países pobres" (nome que se dá às armas biológicas e químicas) com as "bombas inteligentes" dos países ricos, em defesa destes.
Houve uma época na história de Israel em que o poder bélico maior estava nas mãos de Faraó. A tentação de obter apoio do Egito era tão grande que o profeta foi prigado a anunciar: "Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro, e se estribam em cavalos, que confiam em carros, porque são muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor" (Is 31.1).
Ontem, o orgulho era a quantidade enorme de verdadeiras carroças puxadas por animais e a força da cavalaria. Hoje, o orgulho são os porta-aviões, os destróiers, aviões de combate, os blindados, os mísseis, as bombas guiadas por satélites e, em especial, a bomba "estoura bunker".
Entre os carros e cavalos de Faraó e o arsenal químico de Sadan Hussein e os mísseis de Bill Clinton, já tivemos armas como o revólver, o fuzil, a baioneta, o canhão, a metralhadora, a granada, os submarinos movidos a diesel e os aviões que serviam só para fotografar, localizar artilharias e lançar algumas bombas. O poder de tiro dos primeiros aviões de guerra dependia do piloto que carregava uma pistola na mão. Mais tarde, foram montadas metralhadoras no nariz do avião, cuja velocidade de tiro estava sincronizada para evitar as pás da hélice através das quais atiravam.
A última vedete da corrida armamentista é a bomba inteligente GBU-28, conhecida como a bomba "estoura bunker". Foi construída para destruir "bunkers", um tipo muito resistente de casamata — abrigo subterrâneo blindado. A bomba de 3,7 metros de comprimento e 2,7 toneladas de peso fura paredes de concreto de 4 metros e vai descendo até chegar ao alvo principal, onde finalmente explode. No dizer de Luís Fernando Veríssimo, são "bombas que entram pela porta, pegam o elevador, descem até o subsolo e explodem". Logo atrás das GBU-28, estão os mais recentes mísseis "Tomabawk", com novo sistema de direção, que aumentou a sua já incrível precisão, e com maior autonomia de vôo (de 1.120 para 1.600 km).
O que se pode esperar da conjugação da natureza humana com a indústria bélica? O elemento mais perigoso não é a corrida armamentista em si. O elemento mais perigoso e anterior à produção e ao aperfeiçoamento de armas é a natureza humana. Caim não tinha arma alguma e matou seu irmão Abel (Gn 4.1-16). A natureza humana é um hotel que hospeda muitos hóspedes: a inveja, o ódio, a vingança, a insatisfação, o egoísmo, a exploração, a dominação, o endeusamento próprio, a desonestidade, o roubo, a violência, a mentira, o assassinato e a loucura. A salvação é individual e começa com o desespero causado pela descoberta do pecado dentro do próprio peito, quando, só então, o culpado grita por socorro!