O século XVIII marcou o início da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra, promovendo profundas mudanças econômicas nos sistemas de produção. Junto a essa revolução, vieram também outras transformações, como o êxodo rural, em que grande parte da população deslocou-se para as cidades à procura de ofertas de emprego; a invenção de máquinas para fabricar mercadorias; o surgimento de novas classes sociais e a exploração do trabalho infantilnas fábricas.
Antes da Revolução
Industrial, as famílias europeias viviam nas áreas rurais. Nessa época, as
crianças começavam a trabalhar desde pequenas, auxiliando os pais nas tarefas
do campo. No entanto, elas não realizavam trabalhos repetitivos e exaustivos,
pois praticavam diferentes tarefas, que variavam desde semear a fabricar
calçados. O convívio entre pais e filhos era bem intenso, pois o trabalho não
ocupava o dia inteiro das pessoas e sobrava tempo para reuniões e festas entre
famílias.
A vida nas cidades alterou
completamente esse panorama das relações de trabalho familiares. Ao passar o
dia nas fábricas, os pais perderam o convívio com seus filhos, que antes
existia na vida no campo. As crianças, além de perderem o contato com a
natureza e se depararem com um cenário urbano que se diferenciava da paisagem
natural das zonas rurais, também foram atingidas pelas transformações nas
relações de trabalho.
A mudança do campo para a
cidade contribuiu para a utilização do trabalho infantil nas indústrias.
Inicialmente, só as crianças abandonadas em orfanatos eram entregues aos
patrões para trabalharem nas fábricas. Com o passar do tempo, as crianças que
tinham famílias começaram a trilhar o mesmo caminho, trabalhando por longas e
exaustivas horas, perdendo, assim, toda a sua infância.
Elas começavam a trabalhar
aos seis anos de idade de maneira exaustiva. A carga horária era equivalente a
uma jornada de 14 horas por dia, pois começava às 5 horas da manhã e terminava
às 7 horas da noite. Os salários também eram bem inferiores, correspondendo à
quinta parte do salário de uma pessoa adulta. Além disso, as condições de
trabalho eram precárias e as crianças estavam expostas a acidentas fatais e a
diversas doenças.
O longo tempo de trabalho
gerava cansaço nas crianças, o que acabava diminuindo o ritmo das atividades.
Castigos como socos e outras agressões eram aplicados para punir a desatenção.
As crianças que chegavam atrasadas ou que conversavam durante o trabalho também
eram castigadas. As que fugiam eram procuradas pela polícia e fichadas quando
encontradas. Dessa forma, a vida nas cidades trouxe grandes dificuldades para
as crianças durante o processo de Revolução Industrial, que promoveu a
exploração não só de adultos, mas também do trabalho infantil
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