A conquista da independência alcançada pelos Estados Unidos promoveu um notável processo de crescimento econômico e populacional. Mais do que isso, a vitória contra os antigos laços coloniais foi apenas o primeiro passo para que outras conquistas viessem a ser logo empreendidas por essa mesma população. Nesse contexto, observamos o expressivo alargamento das fronteiras da nação norte-americana rumo ao norte e ao sul de um imenso espaço inexplorado.
A primeira das conquistas estabelecidas pelos Estados Unidos aconteceu em
1803, quando o governo negociou a compra da Louisiana junto aos franceses.
Pouco tempo depois, no ano de 1819, o governo conseguiu adquirir a Flórida
anteriormente controlada pelos espanhóis. Essa mesma política de compra
territorial também aconteceu no Alasca – comprado dos russos em 1867, e na
conquista do Oregon – região que anteriormente pertencia aos domínios do
Império Britânico.
No caso de conquista da região do Texas, os Estados
Unidos tiveram que empreender uma guerra contra o México. Desde as primeiras
décadas do século XIX, colonos norte-americanos se instalavam de forma ilegal
ou consentida nos territórios texanos empreendendo formas autônomas de
organização de suas áreas de influência. Com o passar do tempo, o não reconhecimento
da autoridade política mexicana incitou os colonos daquela área a travarem uma
guerra contra os mexicanos.
A vitória contra os mexicanos aconteceu
paralelamente ao processo de ocupação das terras a oeste. A busca e o controle
dessas terras motivaram diversos colonos e imigrantes europeus a tentarem a
sorte buscando um pedaço de terra onde poderiam alcançar uma vida mais
próspera. É importante ressaltar que nessa corrida, um violento conflito contra
as populações indígenas promoveu, décadas mais tarde, as famosas histórias que
marcaram os filmes de faroeste.
Contudo, mesmo sendo marcada pela violência e pelas
guerras, a expansão dos Estados Unidos até o extremo oeste recebeu uma
significativa justificação ideológica, a doutrina do Destino Manifesto, que
colocou os colonos norte-americanos como divinamente destinados a promover a
conquista dessas novas terras. A ambição e o interesse econômico ganharam um
arrebatador apelo religioso que legitimava os conflitos e massacres que
marcaram esse episódio na história norte-americana.
Todas essas conquistas territoriais foram de
fundamental importância para que os Estados Unidos acelerassem o seu processo
de desenvolvimento agrícola e industrial. No setor agrário, o país conseguiu
ampliar sua produção de trigo, milho e algodão. Além disso, a criação de
ovinos, suínos e bovinos significou outra frente de fortalecimento da pecuária
estadunidense. Na indústria, o crescimento dos mercados consumidores e o
investimento em infra-estrutura dinamizaram a economia nacional.
Os ganhos alcançados por meio de tantas conquistas
foram a prova fundamental que comprovava a doutrina do Destino Manifesto. Com
isso, essa sociedade mobilizada em torno do objetivo de conquistar terras
construiu uma auto-imagem de uma nação eleita por Deus para civilizar novas
terras e prosperar economicamente. Dessa forma, estavam estabelecidas as
condições e o sentimento que transformaram as antigas Treze Colônias em uma
grande potência mundial.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
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