As Independências na América ocorreram
de maneiras diferenciadas. A influência dos países colonizadores acrescentou
características específicas às colônias da Espanha, de Portugal e da
Inglaterra.
O movimento de independência começou na América no século XVIII.
Nesta ocasião, as Treze
Colônias, que eram de propriedade
da Inglaterra, se manifestaram contra as cobranças cada vez mais intensas
feitas por sua metrópole. A coroa inglesa implementou uma série de impostos que
exigia muito dos colonos. Revoltados, estes organizaram manifestações e
assumiram posturas radicais, tendo como resultado uma guerra entre colônia e
metrópole. A primeira recebeu o apoio da
França, histórica rival da Inglaterra, e acabou conquistando sua independência
na década de 1770.
Mais tarde, na última década do mesmo século, aconteceu um caso
emblemático e raro de independência no continente Americano. O Haiti
vivenciou uma revolta dos escravos contra as classes dominantes. A Revolução
Haitiana, que começou em 1789, uniu os negros que viviam no local exercendo trabalho compulsório
em combate contra a escravidão e os abusos dos soberanos. O evento acabou se
tornando a única independência na América movida por escravos. A conseqüência
foi o descontentamento das metrópoles em relação ao Haiti, passando a boicotar
o novo país ou tratá-lo de maneira diferenciada. Até hoje é possível notar os
efeitos que o descaso de outros países deixaram e deixam em um país que uniu
escravos para acabar com tal forma de exploração no trabalho.
Já as colônias
espanholas na América
receberam a influência de uma série de fatores em seus processos de
independência. A Espanha era detentora do maior território colonial no
continente americano, suas posses iam do atual México até o extremo sul do
continente. Nestas terras se fortificou uma elite local conhecida como criollos,
que eram os filhos dos espanhóis nascidos no Novo Mundo. Os criollos
desenvolveram suas atividades e seus interesses na América, contestando, várias
vezes, atitudes metropolitanas. Internamente, o fortalecimento dos criollos e a
insatisfação com as exigências da metrópole influenciaram nos movimentos de
emancipação. Os criollos manifestaram-se em favor de maior liberdade política e
econômica. Já no cenário internacional, o exemplo da independência dos Estados
Unidos, que povoava o imaginário dos separatistas, e a situação política na
metrópole, que passava por momentos de grande instabilidade, davam suas
contribuições para o processo. O resultado foi uma série de independências no
território americano que antes pertencia à Espanha, fragmentando toda a imensa
colônia em vários países durante o século XIX.
Já o Brasil,
colônia de Portugal, não passou por uma guerra contra à metrópole, caso dos
Estados Unidos, ou por uma grande fragmentação do território, como aconteceu
com a América Espanhola. No início do século XIX, em 1808, o rei português Dom
João VI transferiu toda sua corte para o Brasil em meio a fuga dos exércitos de Napoleão Bonaparte que conquistavam os
territórios na Europa. A mudança da corte alterou toda a lógica do Império
Português no mundo, que passou a ter o Brasil como centro. No final da década
de 1810 apenas que o rei Dom João VI resolveu retornar à Portugal como
tentativa de controlar as manifestações dos burgueses de tal localidade que se
viam prejudicados em função do distanciamento da coroa. Porém no Brasil ficou o
príncipe regente Dom Pedro I, o qual foi convencido pela nova elite local a
tornar o Brasil independente e ainda ser o primeiro imperador do mesmo. Dom
Pedro I interessou-se pela proposta e declarou a independência brasileira em
1822. No Brasil não houve guerra contra Portugal, mas sim guerras internas para
afirmar toda a extensão do território pertencente ao novo imperador.
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